Olá amigos...

Sei muito bem que esse assunto de "proteger o meio ambiente" incomoda muita gente.
Todos estão conscientes de que a ação do homem contra a natureza tem sido a causa principal de tantos desequilíbrios naturais, porém muitos não querem discutir sobre o assunto, nem tentam mudar as atitudes, enquanto outros "fingem" não enxergar, preferem deixar pra resolver "outro dia"... enfim...
Mas , às voltas com a crise climática e cheios de energia para mudar esse cenário, não é raro os ambientalistas serem apelidados de eco-chatos.
Há pouco tempo atrás li um artigo sobre um texto de uma bióloga (não lembro agora o nome) em resposta àqueles que se incomodam com os ativistas ambientais. E como ativista ambiental vejo aqui um momento oportuno para enfatizar o mesmo texto, fazendo das palavras dela, as minhas:
"-Sou uma “Eco-chata”, termo que considero pejorativo e desrespeitoso com quem realmente se preocupa com, nem digo mais o futuro do mundo, mas sim a atual crise socioambiental que vivemos.
As mudanças climáticas são conseqüência do nosso atual modelo de produção, desenvolvimento e consumo, que é egoísta, desperdiçando muito, economizando pouco, valorizando o “novo” e a “última geração”, é imediatista e cobrando atitudes das pessoas erradas.
Os “Eco-chatos” estão por aí, lutando por todo o mundo, porque as mudanças climáticas não são exclusividade do Brasil. Os “Eco-chatos” estão lutando por um mundo melhor, mais justo, que valorize a natureza, a simplicidade e o ser humano.
Hoje estou na internete; amanhã talvez estarei numa escola dando palestras para os jovens que, no futuro, estarão fazendo escolhas; depois estarei nas ruas mobilizando a população a cobrar dos políticos atitudes mais corretas, que valorizem a vida, a igualdade e justiça socioambiental; em seguida estarei numa praia num dia de muito sol trabalhando voluntariamente tentando conscientizar as pessoas a respeitar o planeta; e no meio de tudo isso estarei contribuindo para o bem do planeta, que, além de me trazer enriquecimento pessoal, espero também que possa contribuir para uma real mudança na sociedade.
Então como você pode ver, estamos por aí, atolados de coisas para fazer, por que são muitas e somos poucos nessa luta.
Mas espero que em breve sejamos maiores em números e assim possamos ser, finalmente, ouvidos e seguidos. E, quem sabe, reverter o quadro atual.
A luta é grande e árdua!
Sinta-se você bem vindo a lutar com a gente também!"

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Verde que te quero ver-te.

André Mello

A ONG "Gentileza Gera Gentileza" realiza mais um plantio de árvores no bosque da NOB....

ONG "Gentileza Gera Gentileza" - Mirandópolis, nesse dia 19 de outubro de 2013, sábado passado esteve na Estação da NOB, fazendo mais um plantio de mudas de árvores e dentre essas mudas haviam 2 Sequoias Gigantes. Mais uma vez o grupo se reúne em prol da natureza!!!
O bosque já possui várias espécies de árvores e outras plantas, e vem sendo muito bem cuidado pelo sr. João Ferreira e supervisionado por Oswaldo Resler.
Estiveram presente nesse dia outras pessoas que também abraçam a causa: Fred SouzaSelene LipeSergio SelingardiMarta Ignacio Garcia MilochRodrigo Viviane Lucas Santana, Soraia Iaia AlmeiidaAntonio Gazetta, Victor e Victória, além de outros.....

Compartilho com vocês um momento feliz do nosso grupo!
E compartilho em exclusividade com vocês porque sei o qto também respeitam, valorizam e defendem a natureza!
Sabemos que nós , defensores do meio ambiente, abraçamos essa missão com o coração mas tb tenho noção do quanto nossa luta é árdua... com relação àqueles que vão contra nossa causa!
Peço a Deus que nos dê força e ânimo para que possamos continuar fazendo nossa parte em prol do Planeta!






TRILHAS DA SUSTENTABILIDADE

Descrição do evento

A atividade faz parte da Semana nacional de Ciência e Tecnologia. será realizada no dia 23.10, no horário das 09:00 às 16:00h nas dependências do Centro Gênesis. São 25.000m de área verde com pés de pau brasil, mogno, cedro, ipês de todas as cores e muitas árvores frutíferas.
Durante a atividade serão plantadas 100 mudas de espécies da Mata Atlântica e todos os participantes receberão uma muda.

Detalhes do evento

TRILHAS DA SUSTENTABILIDADE
Horário: 23 outubro 2013 o dia inteiro
Local: Centro de Educação Ambiental Gênesis
Rua: Rua Tenente Elias Magalhães, 140, Colubandê
Cidade: São Gonçalo
Telefone: 021 3715 1034 9939 7902
Tipo de evento: atividadedasemananacionalde,ciênciaetecnologia
Organizado por: LOURDES BRAZIL DOS SANTOS ARGUETA
Última atividade: 23 Set



sábado, 28 de setembro de 2013

A natureza está aí para ser sentida

A natureza está aí para ser sentida

Com brincadeiras, qualquer espaço natural e até mesmo a sala de aula são úteis para unir teoria e prática nas aulas de educação ambiental


Corujas caçam mariposas: a dinâmica do professor Cornell (de boné) colocou os adultos para correr
Há algumas semanas, enquanto entidades governamentais do mundo inteiro reuniam-se em Nairóbi, no Quênia (África), para uma conferência internacional sobre a mudança climática no planeta, o educador naturalista norte-americano Joseph Cornell preocupava-se em conscientizar cerca de 60 pessoas - professores, profissionais de empresas privadas e curiosos - sobre a importância da natureza, num espaço verde do Sesc Interlagos, em São Paulo. Há mais de 20 anos na área de educação ambiental, Cornell partilha com outros educadores uma metodologia própria de ensino, passando conceitos e noções da natureza por meio de dinâmicas de grupo, brincadeiras e observação. Pode parecer um trabalho de formiguinha frente a um encontro global, mas suas aulas são promovidas por organizações não-governamentais em escolas de nove países e seu livro "Vivências com a Natureza", que oferece mais de 50 atividades para professores, foi traduzido em 19 idiomas.

A trajetória de Cornell mostra que um educador, no seu trabalho diário e aparentemente pequeno, pode fazer muita diferença para reverter o crítico quadro ambiental do nosso planeta.
A preocupação do naturalista é sensibilizar quem vive num ritmo de vida agitado e, por isso, acaba não percebendo o impacto que a natureza tem em sua vida.
Embora faça os exercícios com adultos, o alvo preferido de Cornell são as crianças, que estão mais predispostas a desenvolver o respeito pelo meio ambiente.

"Dos 6 aos 12 anos de idade, elas estão na fase da sensação", diz. Mas a tarefa de criar práticas que atraíssem os pequenos pelo conteúdo não foi simples. As atividades deveriam, além de estimular a criançada, transmitir informações sobre as características de animais e plantas, clima e ecossistema. Quando fez a primeira caminhada na natureza com alunos de uma escola nos Estados Unidos, Cornell sentiu-se conduzido pelo grupo que ele deveria conduzir.
O que era para ser um passeio para despertar a consciência ecológica virou uma caminhada que cruzava a floresta. Faltavam dinâmicas, atividades... "Fiquei atrás deles durante quase um quilômetro, até que voltamos. Eles lancharam e retornaram à sala de aula. Percebi que meu ideal não havia sido alcançado", lembrou Cornell, aos risos.

O educador encontrou, então, um outro meio de envolver as turmas: dividindo o passeio em momentos divertidos e introspectivos. Com isso, percebeu uma concentração maior dos alunos. "Uma aprendizagem seqüencial, que começa com atividades dinâmicas e parte para as mais reflexivas, muda o comportamento dos alunos aos poucos e os deixa mais calmos", explicou.
Para o naturalista, isso é importante porque nem todos estão preparados para uma introspecção logo no início. Uma das dicas do educador é perceber e respeitar o ritmo do grupo para que não se disperse nos jogos. Isso vale para os adultos também!

Está na hora de brincar! No Sesc Interlagos, Cornell levou os participantes a uma grande área com gramado e propôs que formassem grupos de três a quatro pessoas, distribuídos em torno de um círculo formado por uma corda.
Dentro do círculo haviam 30 cartas com características de cinco animais que habitam a Mata Atlântica. Durante 10 minutos, as equipes pegaram as cartas do meio da roda e voltaram ao respectivo lugar para anotar as informações até adivinharem que bichos estavam descritos ali. "É uma atividade boa para o conhecimento dos animais. Também ajuda o professor a trabalhar a concentração e o respeito às regras por parte dos pequenos e pode ser feita dentro da sala de aula em dias chuvosos", disse o naturalista.
Na hora de encerrar as adivinhações, o professor tocou um apito (que tinha o som de um bicho).
Ao fim da atividade, mostrou as fotos dos animais descritos nas cartas e cada grupo que acertou deu um passo em direção ao centro, aproximando os alunos a cada rodada. Para crianças da Educação Infantil, as cartas podem ter, em vez de texto, o desenho das pegadas ou de partes de animais conhecidos.

Um outra brincadeira, chamada "Predador e Presa" (que está no livro de Cornell), é divertida até para adultos - os da turma que ali estavam durante a atividade com Cornell que o digam. Com o grupo ainda em círculo, o educador chamou por cinco voluntários. Um deles representaria a onça (o predador) e os outros, bichos que a onça comeria para sobreviver. Todos foram vendados e, para que pudessem se reconhecer, cada um teve um sino com um tilintar específico amarrado numa das pernas. A roda com os outros alunos serviria como a delimitação do espaço onde aconteceria a caçada. Por meio do som mais agudo (emitido pelos sinos menores), a aluna-onça movia-se em busca das presas, que fugiam ao ouvir o som mais grave do sino maior (preso em sua perna).
O aluno que representava o peixe foi um dos mais velozes. Ao perceber o som da onça, ele sacudia a perna que tinha o sino de um lado e corria para o outro, enganando-a. "O jogo permite perceber as diferentes estratégias de fuga que os animais têm. Enquanto uns correm, outros ficam paradinhos num canto", observa o educador. Na medida em que a onça pegava suas presas, Cornell pedia para que os alunos do círculo dessem um passo à frente, diminuindo o espaço da caçada. Pobres presas! Se as crianças pequenas se incomodarem com a venda nos olhos, apenas o predador pode ficar vendado, porém sem sino.

Na última brincadeira feita em grupo, chamada "Coruja e Mariposa", Cornell dividiu os alunos em duas equipes: aqueles que haviam nascido em São Paulo e aqueles que vieram de fora da capital. Separados por uma corda, frente a frente, os grupos representavam a coruja e a mariposa, respectivamente. Quando o educador dizia uma frase verdadeira, as corujas deveriam ultrapassar a corda para pegar as mariposas e juntá-las a sua equipe. Se a sentença fosse falsa, era a vez de as mariposas irem à caça. Atenção! Silêncio... "O habitat é o lugar em que as plantas e os animais vivem", disse Cornell. Aos gritos e risos, lá foram as corujas "voando" atrás das mariposas. A risada foi geral. "Além de servir para revisar os assuntos dados em sala de aula, essa atividade eleva a energia dos alunos se estiverem amuados", diz Cornell.

É hora de sentir... 
Depois de tanto agito, o educador Cornell conduziu o grupo até a floresta para que todos ouvissem os sons da natureza. "Como as pessoas costumam ter uma vida mais ativa, é preciso fazer uma transição para essa atividade", disse, justificando a agitação das brincadeiras anteriores. "Isso também ajuda as crianças a se tornarem mais sensíveis." No meio de um pedaço de cartolina, Cornell desenhou um "x". "Este sou eu", explicou. Em seguida, colocou pontos próximos ao "x". "Estes são os pontos de onde vêm os sons que estou ouvindo". Então, os alunos se distribuíram pelo espaço, ao redor de um lago, e fizeram seu próprio mapa, indicando o som de passarinhos, da copa das árvores, da bica na beira do lago e até dos aviões que ali sobrevoavam. Depois disso, em duplas, os alunos trocaram os mapas e conversaram sobre o que mais chamou sua atenção. "Se alguém quiser, pode compartilhar com o grupo algum som que fazia tempo que não ouvia", sugeriu Cornell. "Trabalho num lugar tão barulhento que havia esquecido dos sons das folhas das árvores agitadas pelo vento", disse um dos participantes. Essa atividade pode ser feita com crianças de três a quatro anos, desde que acompanhadas pelos pais ou professores para que não se percam em áreas abertas ou se machuquem. A partir dos 6 anos, elas já podem se distribuir, mas perto do campo de visão de um adulto responsável.

Depois de uma breve caminhada de cinco minutos, o grupo concentrou-se no meio de árvores altas e inúmeras plantas. Ali, cada um recebeu um questionário. As perguntas (De onde você veio? O que você faz todo dia? Você sempre foi deste tamanho?) poderiam ser feitas a um animal, uma planta ou até a uma rocha, como se fosse uma entrevista. "Como os adultos não costumam ter essa interação com a natureza, é interessante apresentar a atividade de uma forma suave e instigante", disse Cornell, que pediu aos alunos que pensassem sobre o que cada um desses elementos teria para contar. A atividade, para muitos adultos inusitada e, para as crianças, uma grande brincadeira, leva a ver o que nos cerca de outra maneira. Para o educador, os pequenos nem precisam de questionário. "Eles simplesmente perguntam", disse. Quem sabe a espécie entrevistada possa virar o personagem de uma redação? Sensibilizações como essas não só dão um sabor todo especial para o aprendizado das Ciências, como podem ser adaptadas a outros assuntos e, acima de tudo, permitem que as crianças identifiquem seu próprio papel no meio ambiente. Com aulas assim, você vai adorar que a sua turma queira sair correndo da sala de aula, não?

A beleza de uma árvore que não se vê
Ao subir uma pequena ladeira, chegamos a um espaço arborizado e dividimos o grupo em duplas. Minha companheira, educadora que tinha vindo de Piracicaba para conhecer as práticas de Cornell, vendou meus olhos e me levou a uma árvore que considerou interessante. Ao tocá-la, senti que tinha muitos arbustos ao redor. Mergulhei nos galhos e nas folhas em busca do caule, para poder me localizar - por isso, é preciso cuidar para não levar a pessoa vendada a uma planta com espinhos. Levei um susto com uma teia de aranha. Senti até um certo nojo (tenho medo de aranhas!), mas pedi para que minha companheira observasse se o inseto andava por ali. Ela disse que não, fui em frente. Cheguei ao caule, apalpei-o, peguei num galho mais forte, segui por ele com as mãos. Era muito comprido. Depois disso, minha ajudante me afastou dali e, sem as vendas, tentei descobrir em que árvore havia tocado. Não foi muito fácil... Mas consegui. "Fechar os olhos faz com que os outros sentidos sejam enriquecidos", disse Cornell. Verdade, só olhando eu não teria sentido o cheiro e a textura da árvore. A caminhada na natureza fez com que eu lembrasse da minha infância, de como eu subia sem receio pelas ameixeiras, enfiava-me nas folhas das pitangueiras e me dependurava pelos cipós de uma seringueira na casa da minha vizinha. Não havia aranha que me tirasse esse prazer. Quando criança, aprendemos, naturalmente, a conviver com a natureza. Mas depois esquecemos o quanto fazemos parte dela.

Estudar o bairro pode mudar o planeta

Estudar o bairro pode mudar o planeta

Grandes questões, levadas à sala de aula, ajudam os estudantes a compreender o meio em que vivem e a procurar transformá-lo


Sandra vai com os alunos à duna próxima à escola: estudo do meio Foto: Canindé Soares
Sandra vai com os alunos à duna próxima à escola: estudo do meio Foto: Canindé Soares
"O professor de Ciências Naturais é privilegiado."
A opinião é de Sonia Muhringer, consultora em Educação Ambiental do Ministério da Educação. A razão, diz ela, é simples e tem tudo a ver com o momento de planejar.
 "A disciplina permite abordagens interdisciplinares e os temas de que trata permeiam o cotidiano do aluno e da comunidade." Essa situação, segundo ela, permite montar aulas significativas.
"Um bom planejamento tem de se basear nas habilidades que os estudantes devem desenvolver, principalmente as de observar e pesquisar", complementa a consultora Dalva Maria Rossi Tavares, especialista em formação continuada.

Dentro das Ciências, há várias disciplinas, como Física, Química, Biologia, Geociências, Astronomia. "O ideal é articular os conteúdos em blocos", ensina Sonia. "Assim, as aulas não se tornam pedacinhos espalhados, mas um todo num contexto." A consultora vai mais longe e afirma que o planejamento deve contemplar questões que instiguem a turma a querer saber mais.

Ela dá um exemplo: muitos professores dão uma aula sobre fotossíntese e, mais tarde, outra sobre digestão, quando poderiam utilizar os dois temas para ensinar o conceito de energia. "Por que não chegar na classe e perguntar de onde vem a energia das plantas e dos seres humanos?", ela desafia. Dessa maneira, o estudante vai em busca de explicações para diferentes fenômenos. "Em cima do tema problematizado, são encaixados os conteúdos do programa, sempre fazendo uma relação com o cotidiano", ensina.

Parece difícil? A professora Sandra Bezerril e Silva, da Fundação Bradesco, em Natal, experimentou esse tipo de planejamento com a turma de 8a série e ficou satisfeita. "Os estudantes se envolvem mais", garante. Para dar conta da tarefa, Sandra estudou muito. "Recorri ao serviço de orientação da escola, troquei idéias com colegas e pesquisei em revistas, livros e sites."

Estrutura básica 
Ela começou o trabalho elaborando um esqueleto de planejamento. "Não fechei nada antes de conhecer as expectativas dos alunos", lembra. Nas duas primeiras semanas de aula ela explicou os módulos que deveriam ser estudados: Universo, com destaque para a Terra no primeiro bimestre; os ambientes da Terra no segundo; Ecossistemas do Brasil no terceiro; e alterações ambientais no quarto. "Com base nas sugestões da classe, moldei o modelo definitivo de plano", comenta.

Sonia avisa que o docente não pode esperar a participação espontânea dos alunos. "Ele acaba não planejando. É preciso induzir as discussões e depois adaptar as opiniões ao que havia sido elaborado previamente", diz. Sandra seguiu caminho semelhante e perguntou para a turma: vocês acham que vivem num ambiente equilibrado? Nessa questão estão incluídos temas como consumo, energia, água e poluição, que já constavam do projeto original. "Ao conversar com eles, tomei conhecimento de uma situação terrível: a presença de rejeitos de abatedouros nas dunas", conta. Para entender melhor esse problema, típico da região em que a escola está localizada, o item foi incluído no planejamento e o lugar, cartão postal da cidade, estudado pela garotada.

Além das dunas, outros ecossistemas foram objeto de estudo: mata atlântica, caatinga, mangue e tabuleiros litorâneos. "Meus alunos aprenderam a diferença entre crustáceos, vertebrados e invertebrados pesquisando os animais que vivem próximos a eles, e não com girafas e rinocerontes citados por livros didáticos", destaca. "Não adianta aprender zoologia com uma lista aleatória de animais separados em filos", reforça Sonia.

Aulas diferentes 
Sandra previu várias metodologias de aula, como estudos do meio, seminários, mesas-redondas, tribunas livres, produções textuais e atividades experimentais. "É impossível fazer um planejamento sem saber o que trabalhar no laboratório, quantas aulas serão necessárias ou quais materiais usar", ensina Dalva.

A consultora Sonia emenda que as atividades devem envolver a utilização de textos, vídeos ou notícias de jornal. "Apresentado o tema, o professor verifica a concepção que o aluno tem sobre ele", diz. Só então propõe as tarefas. "Depois de fazer uma visita ao mangue, bastante poluído, fomos ao laboratório para analisar a qualidade da água ali coletada", lembra Sandra.

E não se esqueça: é no planejamento inicial que tem início a organização das tradicionais mostras de Ciências, com tudo o que precisa ser feito para que elas se concretizem, no fim do ano. Nem sempre tudo o que foi sonhado vira realidade, mas o importante é que se atinjam os objetivos. No caso de Sandra, um deles era dar à turma condições de participar da sociedade, tornando os jovens capazes de analisar e intervir no meio para modificá-lo. "Hoje, meus alunos mudaram a idéia que tinham sobre o bairro, antes visto como marginalizado e sem valor", conta. "Eles sabem que a área é ecologicamente rica, responsável pela captação de boa parte da água que abastece a cidade e que, também por isso, precisa ser preservada."

As Ciências são importantes porque
-• levam o aluno a desenvolver a capacidade de observação e pesquisa e o raciocínio científico

• -despertam a consciência sobre a importância da preservação do meio ambiente e do respeito à natureza

•- mostram o homem como parte do universo e como indivíduo

-• permitem o estudo da vida, o desenvolvimento da auto-estima e o respeito ao próprio corpo e ao dos outros

-• contribuem para a compreensão e a valorização dos modos de intervir na natureza e de utilizar seus recursos e para a compreensão dos recursos tecnológicos que realizam essas mediações

-• auxiliam no entendimento da saúde como um valor pessoal e social e na compreensão da sexualidade humana sem preconceitos

-• propiciam a reflexão sobre questões éticas implícitas nas relações entre ciência, sociedade e tecnologia.

Onde podemos encontrar a Mata Atlântica e como preservá-la?

Onde podemos encontrar a Mata Atlântica e como preservá-la?


Mata Atlântica cobre 17 estados brasileiros. Foto: Irimar José da Silva
Mata Atlântica cobre 17 estados brasileiros. Foto: Irimar José da Silva
Para falar da Mata Atlântica, primeiro é preciso entender o que ela é. Segundo explica Carolina Mathias, engenheira florestal da Fundação SOS Mata Atlântica, "podemos defini-la como um bioma com vários ecossistemas, que tem desde mangue até floresta tropical".
Ou seja, a Mata Atlântica não é apenas aquela floresta atlântica que se vê perto do litoral, mas um bioma ou uma junção de ecossistemas com características comuns e com processos ecológicos que se interligam. Nesse caso, essas características seriam, além da ocorrência geográfica, a proximidade com o litoral e as formações florestais em um contínuo, que se estende até o serrado, a caatinga ou os campos. "Outro ponto importante é que a Mata Atlântica tem árvores grandes e de dossel contínuo, ou seja, com copas que se tocam", diz Carolina Mathias. Esse bioma ainda tem mais de 22 mil espécies, quase nove mil delas endêmicas (que só existem nesse bioma), superando a biodiversidade da Amazônia. Infelizmente, 383 desses animais e plantas estão ameaçados de extinção.
A extensão territorial da Mata Atlântica também impressiona - vai desde o Rio Grande do Sul até o Piauí, cobrindo 17 estados. Originalmente, ela compunha 15% do território brasileiro, mas hoje só restam 7% desse bioma.

Hoje, a Mata Atlântica ainda pode ser encontrada em quase todo o país (menos no Mato Grosso, Maranhão e Região Norte), mas em pequena quantidade.

A maior concentração está no Vale do Ribeira, em São Paulo. Ao todo, existem 860 unidades de conservação da Mata Atlântica no Brasil, que vão de pequenos sítios até parques estaduais.
Muitos desses parques são abertos à visitação e podem ser uma boa forma de conscientizar os alunos da importância de preservar o meio-ambiente. Beatriz Siqueira, coordenador do projeto Mata Atlântica vai à Escola da Fundação SOS Mata Atlântica, conta que existem vários projetos em andamento para tentar salvar o que ainda resta do bioma. "O que está sendo feito hoje são ações de restauração e replantio de árvores que compõem a flora original da mata.
Também estão sendo criadas muitas áreas de conservação, principalmente em propriedades particulares", diz. A ecóloga ainda explica que cada um de nós pode ajudar a manter a floresta em pé com ações do dia-a-dia, como economizar água, energia elétrica e diminuir a poluição.

"Se cada um de nós gastar menos energia, por exemplo, vamos precisar de menos hidrelétricas, o que ajuda a manter a mata. Pois para construir uma usina é preciso desmatar e inundar uma grande área de floresta", diz Beatriz.

Preservar a Mata Atlântica ainda pode ajudar a diminuir o aquecimento global. Isso porque, além da floresta ser responsável por absorver carbono, é muito comum no Brasil fazer queimadas para transformar a mata em área de agropecuária. E esse tipo de ação é o principal responsável pelas emissões de carbono no nosso país.
Por outro lado, o aumento da temperatura da Terra pode afetar a Mata Atlântica, já que muda as características dos ecossistemas. "A maior preocupação é com a fauna. O aquecimento pode matar várias espécies", alerta Beatriz.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/geografia/fundamentos/onde-podemos-encontrar-mata-atlantica-como-preserva-la-473054.shtml

Preservar também é coisa de Criança

Preservar também é coisa de criança

A preocupação com o meio ambiente é atual e envolve toda a sociedade. 

Veja como tratar o assunto desde o início da Educação Infantil


Foto: Canindé Soares
Nirvânia e as crianças de pré-escola no lixão: mostrando a vida real. Foto: Canindé Soares
A questão ambiental está em alta por uma razão simples: necessidade de sobrevivência. Quanto mais cedo o tema for abordado com as crianças, maiores as chances de despertar a consciência pela preservação. Por isso, a educação para uma vida sustentável deve começar já na pré-escola. O objetivo definido pelo Referencial Curricular Nacional é observar e explorar o meio ambiente com curiosidade, percebendo-se como ser integrante, dependente, transformador e, acima de tudo, que tem atitudes de conservação.

Veja o exemplo da professora Nivânia Félix dos Santos, da Escola Municipal Ausônio Araújo, de Currais Novos, a 196 quilômetros de Natal, que implantou um projeto sobre o tema no ano passado.
"A natureza dá condições para a sobrevivência do homem", explicou. "Por isso a necessidade de mostrar como preservar e minimizar a ação negativa."
Síntese do trabalho
Tema: Cuidados com o meio ambiente

Objetivo: Apresentar a natureza com suas belezas, curiosidades e fragilidades. Mostrar lados negativos e positivos da ação do homem e valorizar a preservação

Como chegar lá: Levante o conhecimento inicial da turma. Esse passo revela a direção que o trabalho deve tomar. Para que eles entrem em contato com o mundo real, leve-os para aulas-passeio. Todas as observações devem ser registradas em escritos e desenhos. Prepare uma passeata ecológica com todo o material produzido. Em uma conversa posterior, veja que conceitos foram ampliados. Por fim, confronte os conhecimentos prévios com os atuais

Dica: Para falar sobre Educação Ambiental com crianças é importante abordar assuntos que produzam resultados ao alcance delas. Um bom exemplo é cultivar uma horta e depois comer as verduras e os legumes plantados
Apresentação do tema
O trabalho começou com uma roda de conversa. A professora potiguar levou para a classe imagens que ilustram o assunto. Nesse momento já foi possível perceber que a atividade não se esgotaria ali. "Essa é uma questão que todo professor quer abordar, mas não sabe por onde começar", explica Andréa Diniz, do Núcleo de Educação Infantil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. "Esse projeto prova que as crianças se interessam pela temática e chegam a formar suas próprias opiniões."

A curiosidade das crianças incentivou a continuidade e Nivânia preparou uma aula-passeio nos arredores da escola. O objetivo era observar a quantidade de lixo jogado nas ruas. Aqui fica registrado a importância dessa ação, pois em atividades desse tipo mostram o mundo real. "Ela poderia ter feito essa apresentação usando livros e fotos, mas preferiu mostrar a realidade", avalia Andréa. Na volta, já em sala, a garotada registrou o que viu em desenhos e escritos.

No dia seguinte, Nivânia fez uma comparação entre a situação das ruas e a do pátio. Era comum a sujeira após o lanche. Saíram, então, pelos corredores limpos antes do recreio apenas para observar. Na hora do intervalo, todos lancharam e aí veio a segunda parte. A professora pediu que eles notassem como o espaço tinha ficado sujo. Ela dividiu a turma em grupos e organizou uma competição. Distribuiu luvas, máscaras, sacos plásticos e pediu que fizessem a coleta.

O lixo recolhido foi levado para a classe. "Nesse momento pude trabalhar a seleção de materiais", lembra-se Nivânia. Entre a sujeira havia papel, plástico e alumínio. As crianças fizeram uma poesia e a ilustraram. A educadora pediu que eles pesquisassem mais sobre a coleta da cidade.

As crianças descobriram que todo o lixo de Currais Novos ia parar no lixão. E por que não ir até lá? Foi o que fizeram. Em mais uma aula-passeio as crianças conheceram catadores, alguns tão pequenos quanto eles, e os entrevistaram. Na sala, construíram uma maquete com sucata que simbolizava o local.

Outros tipos de poluição 
Nirvânia e as crianças de pré-escola no lixão: mostrando a vida real
Primeira etapa cumprida. Era hora de falar sobre a importância da água e, para isso, mais aula-passeio. Na primeira, ao rio São Bento, o foco eram as condições do local, que recebe todo o esgoto da cidade. "Eles ficaram incomodados com os restos de alimentos, animais mortos e utensílios que viram", constata Nivânia. Na sala, nova produção de textos. Na segunda saída, a turma foi ao povoado de Totoró conhecer um dessalinizador, que torna potável a água subterrânea, em geral imprópria para o consumo por causa do alto índice de sais. Na região Nordeste essa prática é comum em função da seca.

Para falar sobre a poluição do ar, Nivânia programou uma visita à Cerâmica Currais Novos Ltda. Antonio Izidorio, gerente do estabelecimento, mostrou o processo de fabricação de telhas e tijolos. Duas coisas incomodaram. A primeira foi a grande quantidade de madeira utilizada para manter acesos os fornos que secam a produção e; a segunda, a fumaça que sai pelas chaminés.

O educador ambiental Marcelo de Queiroz Telles garante que o passeio à olaria, como forma de mostrar esse tipo de poluição, foi um bom exemplo. "Na verdade, qualquer fumaça representa isso", afirma Telles. Nivânia acertou quando foi à cerâmica, mas é preciso esclarecer que, independentemente dos prejuízos ao ar, a empresa também traz benefícios, como empregar pessoas que dependem dessa atividade para viver e fabricar produtos importantes para o ser humano. "Não se pode deixar a impressão de que a empresa é a única vilã", explica Telles. Nesse caso, é importante mostrar outras maneiras de aquecer os fornos. "É interessante fazer um exercício de listar formas de produção menos poluentes."

Depois dessa experiência, as crianças produziram desenhos e escritos e ainda discutiram o desmatamento e suas conseqüências. Nivânia reforçou a importância de preservar a natureza e direcionou o trabalho para um fechamento. Reuniu todo o material produzido e organizou uma passeata ecológica. "As pessoas na rua paravam para ver a manifestação", lembra-se a diretora Rita do Carmo Bezerra Cruz Dantas. Na volta, apresentaram um teatro aos pais. "Mesmo que a comunidade não seja envolvida em todas as etapas do trabalho, é importante que participe da finalização, porque ela toma conhecimento do trabalho", avalia Andréa.

É bom ressaltar que Nivânia valorizou todas as brincadeiras e a expressão por meio de diferentes linguagens, como desenhar, cantar, dramatizar e escrever, que são essenciais na Educação Infantil. "Sem dúvida, esse trabalho tem muitos méritos, mas é necessário tomar alguns cuidados", alerta Andréa. "Não é preciso contemplar tantos assuntos, pois isso pode cansar." Outra coisa que faltou foi levantar o conhecimento prévio das crianças, para compará-lo com o posterior. "Essa etapa traz informações preciosas que garantem uma avaliação eficaz."

O trabalho, sem dúvida, contribui para a formação de uma consciência ecológica infantil. E isso está mais que provado, pois eles conseguiram resolver problemas que lhes foram propostos. "Agora a sujeira do recreio é menor e todos incentivam a limpeza", garante Rita do Carmo.
Uma aula-passeio ao redor da escola para observar a quantidade de detritos jogado nas ruas: constatação de desrespeito
Após a hora do lanche, a garotada sai recolhendo embalagens jogadas no chão: cooperação com a limpeza do espaço em que vivem
Em sala, todos participam da seleção do material coletado: separação de plásticos, papéis e latas de alumínio
A turma visita uma das olarias da cidade, que queima muita madeira para secar a produção: bom exemplo para demonstrar a origem da poluição do ar
Para conhecer meio ambiente
O professor em geral resiste a abordar qualquer assunto que não domine. Educação Ambiental é um deles. "Não é necessário, porém, ter um grande conhecimento sobre a natureza para falar sobre ela", garante o educador ambiental Marcelo de Queiroz Telles. "É preciso, sim, o básico para criar habilidades e ter a capacidade de compartilhar o saber."

Telles lista uma seqüência pela qual o docente deve passar antes de qualquer ação em sala:

Sensibilização — uma pessoa só consegue parceiros se estiver sensibilizada. Isso pode ser feito por meio do lúdico. Além de ser uma forma prazerosa de aprender, atinge tanto crianças quanto adultos;

Informação — o conhecimento inicial pode ser adquirido em palestras, materiais impressos e sites;

Mudança de comportamento — é fundamental mudar as atitudes, pois não convence uma pessoa ter um bom discurso sobre a importância da água, por exemplo, e continuar escovando os dentes com a torneira aberta;

Incentivo — é muito difícil trabalhar sozinho e sem o apoio dos colegas. Se a iniciativa não for de cima para baixo, ou seja, da direção para o corpo docente, é uma boa oportunidade para sensibilizar e despertar em todos o interesse por participar;

Estratégia — o professor deve escolher um caminho, ou seja, selecionar um assunto (água, lixo, desmatamento, ar) e uma forma de trabalhá-lo.

É importante ter claro que essa atividade não deve se limitar a datas comemorativas, como o Dia da Árvore. "É preciso fazer já, pois o planeta não suporta mais o modelo atual de desenvolvimento. Ele é insustentável", afirma Telles. "Essa é uma responsabilidade não só dos ecologistas, mas de cada um de nós, cidadãos e educadores."

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/preservar-tambem-coisa-crianca-422841.shtml